Aprofundar o conhecimento da schistossomíase, doença debilitante em Angola, e dos moluscos responsáveis pela sua transmissão é o objetivo do estudo "Transmissão de schistossomíase em Angola: Estudo malacológico e caracterização molecular de espécie de moluscos", desenvolvido em parceria entre o Museu de História Natural de Londres, o Programa de Doenças Tropicais Negligenciadas do Ministério da Saúde de Angola e o Centro de Investigação em Saúde de Angola, que recolheu cerca de 500 moluscos de 58 massas de água, para determinar a sua presença e identidade de hospedeiros intermédios no noroeste de Angola.
Nas províncias de Bengo, Luanda, Kwanza Norte e Malanje, a infeção por Schistosoma haematobium, causadora de schistossomíase urogenital, é muito comum, havendo pouca informação científica disponível em relação aos mecanismos de transmissão da doença. Até à data, os moluscos de Angola nunca foram analisados de acordo com os métodos modernos de caracterização molecular
O projeto tem como objetivo recolher novas e importantes amostras de moluscos de uma série de depósitos hídricos e pontos geográficos, sujeitando depois estas amostras a análise molecular. Ao fazê-lo, espera-se identificar as espécies de Bulinus atualmente existentes em Angola e avançar com novos marcadores moleculares com vista à identificação de espécies.
Este projeto criou a oportunidade de debate entre instituições de investigação e Ministério em torno da investigação e controlo de Doenças Tropicais Negligenciadas em Angola, assumindo-se como um elemento de formação de pessoal em identificação de moluscos e de estudos de transmissão de schistossomíase e em biologia molecular.