Projecto

A malária representa um problema de saúde pública em África. Angola não é

excepção – em 2019 > 5 milhões de novos casos foram diagnosticados,

associados a mais de 18,000 mortes.

 

Artemeter-Lumefantrina (AL) é o medicamento mais utilizado para malária em

todo o mundo. De acordo com as directrizes nacionais, Angola representa a

primeira opção de tratamento. A maior parte dos programas nacionais de

controlo de malária estão dependentes da eficácia do AL.

 

O parasita da malária é conhecido por ter uma forte capacidade de desenvolver

resistência a medicamentos. AL tem sido particularmente resiliente a este

fenómeno, especialmente se considerarmos que mais de mil milhões de

tratamentos já foram efectuados desde o lançamento deste antimalárico.

Mas algo está a mudar – desde 2015 vários relatórios apontam para a

preocupante possibilidade de emergente resistência ao AL no norte de Angola.

O fenómeno tem sido identificado em zona relativamente remotas do País – mas

estará a expandir-se para os grandes agregados populacionais, nomeadamente a

zona de Luanda, onde está concentrada mais de 20% da população do país?

 

O projecto MalAngo foi lançado para responder a esta pergunta premente.

 

A abordagem central do projecto é baseada num ensaio clínico de eficácia do AL

na Província do Bengo, especificamente na comuna das Mabubas. Baseado num

cuidadoso diagnóstico dos pacientes, um tratamento completo em regime

hospitalar, e num exaustivo seguimento dos pacientes durante 6 semanas, o

ensaio está desenhado para responder com considerável confiança se o

fenómeno de resistência é presentemente emergente nesta região.

As amostras clínicas do ensaio serão genomicamente caracterizadas em

colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência, representado para nosso

conhecimento a primeira análise pormenorizada desta natureza de um ensaio de

eficácia realizado em África.

 

Para além de responder a esta urgente pergunta de saúde pública, os trabalhos

do projecto MalAngo têm um objectivo definido de capacitação: criar no CISA

uma plataforma de ensaios clínicos a nível comunitário de renome internacional,

como uma ferramenta de vigilância epidemiológica e investigação. Esta

plataforma é estrategicamente importante para Angola, dados os planos globais

nesta década de introdução de uma nova vaga de medicamentos antimaláricos,

assim como das primeiras gerações de vacinas contra a malária.

 
 
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